Mais uma vez se realizou o IV encontro de poesia numa das aldeias de Xisto do Concelho de Gois, desta vez na linda Aldeia da Pena, cujo o tema foi "As condições Climatéricas".
O encontro começou com a apresentação dos Poetas Populares apresentados pela D. Rita da empresa “Lousitânia”, organizadora destes encontros.
Começando pelo peneirar da farinha de milho e de centeio, o juntar do fermento, da água morna e da maneira como a mesma se amassa, terminando esta etapa com uma cruz feita em cima da massa seguida da oração “Deus te ponha a santa virtude que eu de mim fiz o que pude” oração que os antigos diziam para a massa fintar.
Tudo isto com a participação dos presentes e daqueles que quiseram experimentar. Seguiu-se o aquecer do Forno.
Enquanto a broa fintava, deu-se início à primeira parte do momento de poesia pelos seus autores: D. Luísa, Sr. Adriano Pacheco, D. Clarisse Sanches e Eugénia Santa Cruz.
Voltámos à broa e nesta fase tendemos a mesma e juntámos à massa a já tradicional mistura de carne e chouriço para fazer uma deliciosa bola de carne. Enquanto a broa cozia seguia-se a segunda parte de poesia.
Finalmente veio a hora do lanche onde todos os participantes e visitantes puderam deliciar-se com a broa quentinha, a bola de carne, o queijo de cabra, o mel, etc.…tudo produtos da região.
Para uns a participação foi uma partilha de saberes e para outros foi o reviver dos tempos passados.
Parabéns aos organizadores destes eventos, pois só assim poderemos dar a conhecer as nossas lindas aldeias assim como os conhecimentos e as vivências do passado e presente destas terras e destas gentes
Uma das várias casas de Xisto da aldeia da Pena
Uma imagem esculpida numa parede das casas
O tender da farinha para a broa
Um jovem Visitante a experimentar
Outro visitante que quis recordar o passado
Eugénia Santa Cruz a declamar um poema
Entrega das lembranças pela Rita da Lousitânia
Entrega das lembranças aos poetas que participaram, D. Luísa, Sr. Adriano, D. Clarisse e Eugénia
Uma das ruas da aldeia da Pena
O forno onde foi cozida a broa
O Tegelão onde se mete a massa para tender
A gamela onde foi amassada a broa
Uma linda rua da aldeia da Pena
A Rita à apresentar os produtos da região
A mesa dos petiscos...e que petiscos...
Que delicia que estava tudo!
Esta broa quentinha...aiaiai...e esta bola de carne...hum..
Eu na companhia destas lindas senhoras, que tão bem nos receberam. Obrigada
UM DOS POEMAS DECLAMADOS NESTE DIA.
AS ESTACÕES DO ANO
As estações do ano são quatro
Primavera, Verão Outono e Inverno
O Clima vai se transformando
Frio, vento, chuva, calor…
No verão os fogos que ardem
Transforma as serras num inferno
Eu aprendi que a primavera vem primeiro
Mas outros dizem que tem início no inverno!
Porque passa pelo mês de Janeiro
Primavera…Ai a Primavera!
Tempo de todas as realidades
Os campos ganham cores
De várias tonalidades.
Quando chega a Primavera
O vento sopra devagarinho
As andorinhas e os pardais
Nos beirais fazem seu ninho.
É primavera e talvez seja por isso
Que o dia já aparece a sorrir
Que o dia já aparece a sorrir
O amanhecer fez o sol nascer antes da hora
E a planície reveste-se de flores a abrir
E a planície reveste-se de flores a abrir
No verão, o sol que já brota tão belo
Faz mais forte o tom do céu branco e anilado,
Convidando todos nós a nos libertarmos
Faz mais forte o tom do céu branco e anilado,
Convidando todos nós a nos libertarmos
E ir a banhos no rio ou no mar
Nas nossas praias fluviais de Góis
De águas límpidas e cintilantes
Que com o seus recantos
Faz com que namorem…
Ali Muitos amantes.
No Outono, o sol já não é tão audacioso
É tempo de labutar, é tempo de colheita,
Nos campos um barulhinho dos pardais
Faz lembrar o inverno…
É tempo de labutar, é tempo de colheita,
Nos campos um barulhinho dos pardais
Faz lembrar o inverno…
Que se aproxima cada vez mais·
O Outono para muitos
O Outono para muitos
É tempo de melancolia
Mas para outros é o início
De uma longa e graciosa vida
E por último, com o inverno mais bravio,
Vem a chuva, o frio a neve
Das chaminés sai o fumo
Das chaminés sai o fumo
Que aquece os corpos enregelados
Que chegam a casa dos trabalhos
Muitos deles, todos molhados.
Mas é no inverno que é Natal
Mês de grande alegria
Foi no dia 25 de Dezembro
Que nasceu o Deus menino…
Que nos guia, dia após dia.
Veio ao mundo para dar o exemplo
De harmonia e humildade
Dando a vida por nós
Em troca não pediu nada.
Existem os amigos Outono,
Que são aqueles que caiem
Como as folhas que caem da árvore
Mas depois de se levantarem
Não se deixam cair jamais.
O clima ao longo do ano
Muda constantemente
Ora frio ora calor
A intempérie não interessa
Mas sim, um clima de amor.
Poema de:
Eugenia Santa Cruz
10/09/2011
1 comentário:
Olá Eugénia!
Parabéns por mais esta excelente iniciativa.
Como sempre brilhou com mais este lindo poema.
Lindas estas imagens que nos mostra da aldeia da Pena. Algumas fazem-nos recuar no tempo evocando assim memórias de outros tempos. Que saudade.
Cumprimentos para toda a família
Acácio.
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