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quinta-feira, 8 de julho de 2010

"ADEUS AMIGO"


Hoje Cortecega despediu-se
De um dos filhos da terra
O Zé Manel partiu
E numa tarde linda, bela!

Nasceste numa casa ao cimo da aldeia
Mesmo pertinho da minha
Gritava “Zé Manel vem cá abaixo
Comer batatas com sardinha”.

Tempos difíceis que eram
Mas a minha mãe dizia-nos
“Chamem o Zé Manel para comer”
E a nossa refeição repartíamos.

Tu fizeste sempre parte da minha infância
Assim como os meus irmãos
Eras amigo do Zé e do Filipe
E também do João.

Na escola andámos juntos
Saíamos cedo de casa para estudar
Éramos muitos jovens da terra
Que 4 Km percorriamos para lá chegar.

Foste criado pelos teus padrinhos
Pois a tua mãe bem pequeno te deixou
Amaram-te à sua maneira
E todo o resto passou.

Estudámos à luz da candeia
Mas não me posso esquecer
Quando a luz veio para a aldeia
Os teus padrinhos compraram uma televisão
E aí as noticias íamos ver

Serões que ali passámos
A olhar para a televisão
A ver o futebol e novelas
E as notícias da nação.

Não tiveste uma vida fácil
Por muito tiveste de passar
Hoje deixaste a vida terrena
E para o céu foste descansar

Hoje uma estrela brilhou
Bem alto lá no céu
Desceu pertinho de ti
E acarinhou-te com o seu véu.

Adeus amigo e irmão
O meu coração sente dor
Vou ter muitas saudades tuas
E sempre te recordarei com amor
Poema de:
Eugénia Santa Cruz
7/7/2010

3 comentários:

Anónimo disse...

Os meus sentimentos...

Bonito poema que demonstra os sentimentos profundos e sinceros da nossa amiga de todos, a Geny.

Jocas gordas
Lena

Anónimo disse...

Sim génia o zé manel foi um grande amigo.Veio o mundo sem sorte mas o destino é assim,deus te guarde la ceu em bom descansso.

anabela disse...

O anonimo é anabela.euketi

A MINHA ALDEIA

" Da minha aldeia vejo quando da terra se pode ver no Universo....
Por isso a minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista a chave,
Escondem o horizonte, empurram nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a única riqueza é ver. "
Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos"